Adolescência, Esporte e Pilates

Por Amanda Perna

A MOV está frequentemente falando que se deve cuidar da postura, da alimentação e praticar atividade física, certo? Mas como é possível pensar nisso na adolescência quando seu foco não é seu corpo, pois ele está em constante mudança, crescendo, aparecendo seios nas meninas, mudando a voz nos meninos. E ainda, tem que praticar esportes?

Na adolescência é preciso, sim, ter certos cuidados com o corpo. A prática de esportes e exercícios direcionados ajuda na manutenção de uma postura correta, a não ter dores por estar estudando em posição errada o dia todo e alivia o estresse provocado pela constante cobrança de bons resultados.

É também nessa fase que muitos adolescentes criam gosto por determinados esportes. A união de esportes de impacto e o grande crescimento ósseo podem provocar alguns estresses corporais, um deles é conhecido como “Dor do crescimento” ou, cientificamente falando, “Doença de Osgood-Schlatter”.

O que é Doença de Osgood-Schlatter (DOS)?

Essa doença é caracterizada por uma dor na parte anterior da perna abaixo do joelho, na tuberosidade da tíbia. Essa dor é provocada por uma tensão aumentada no músculo anterior da coxa (quadríceps) que traciona a tuberosidade da tíbia para cima. Essa tensão aumentada existe porque o fêmur está crescendo numa velocidade alta e o músculo não está acompanhando. Esportes que usam com freqüência saltos, corridas e grandes graus de flexão de joelhos acrescentam mais um fator estressante para o joelho.

Como saber em que fase está da doença? E o que fazer?

O grau mais leve da doença aparecer por meio de dor após atividade física que desaparece em até 24h. O segundo grau envolve dor durante e após atividade física, desaparecendo em até 24h. No terceiro e último grau o adolescente sente dor constante com prática de atividade física limitada, e em alguns casos interrupção da atividade.

Para aliviar a dor, é indicado tratar com aplicação de gelo local, redução da atividade esportiva que provoque quadros álgicos e trabalhos de cinesioterapia, ou seja, tratamento por meio do movimento. E é aí que vem o Pilates!

No que o Pilates pode ajudar?

O Pilates é um dos métodos que trabalham a cinesioterapia. Para a DOS, especificamente, o método auxilia na melhora da estabilidade do tornozelo – muito importante para o melhor alinhamento do joelho –, na melhora e manutenção do equilíbrio entre grupos musculares das coxas e no desenvolvimento de movimentos dinâmicos em superfícies instáveis, por meio da propriocepção, assim, buscando a volta mais rápida às atividades esportivas. Além disso, essa volta gradual às atividades e com equilíbrio muscular adequado pode ajudar a perder a cinesiofobia (medo de se mover).

Em quanto tempo o adolescente pode voltar a praticar esportes?

Os estudos apontam que o tratamento dura de 12 a 18 meses, sendo que alguns adolescentes podem ter função prejudicada mesmo depois da recuperação e cerca de 60% dos adolescentes diagnosticados com DOS relatam ter dor quatro anos após a finalização do tratamento. Devido à longa duração dos sintomas é indicado um gerenciamento contínuo por profissionais que lidem com esportes e movimento.

Amanda Perna é educadora física e fisioterapeuta e atua no espaço MOV como instrutora de Pilates e Treino Funcional.